Resenha: Guns N’ Roses quebra recorde de Bruce Springsteen em show “raçudo” de quase três horas e meia

A noite de 23 de setembro de 2017 já tornou-se um capítulo especial dentro da história do Rock In Rio. Além da inédita apresentação do The Who em terras cariocas, após seis anos o Guns N’ Roses finalmente acertou as contas com o festival e brindou o público com um show “raçudo” e recordista. Foram três horas e 20 minutos de música, marca que supera a performance de Bruce Springsteen em 2013.

A quarta passagem do GNR – a segunda com Axl Rose, Slash e Duff McKagan após 26 anos – tornou-se um desafio gigante após a passagem demolidora de um The Who que não se intimidou com os gunners. Ainda que a banda esteja rodando o mundo com a “Not In This Lifetime… Tour” há um ano e meio, era preciso algo a mais para dignificar a noite deste sábado (23) e, principalmente, apagar de vez a errática apresentação (sob chuva torrencial) de 2011. Vamos destrinchar em cinco tópicos o que fez deste show algo a ser lembrado por muito tempo:

Atrasos, nunca mais?
Estar em um festival deste porte é sempre uma aventura para qualquer jornalista que se preze. Este que vos escreve conseguiu passar pela segurança e entrar na área reservada exclusivamente para banda, equipe e apoio do evento em si. Por volta das 22h30, pouco antes do The Who subir ao palco, quem chegou no mesmo carro e desembarcou a dez metros de distância foram os sorridentes Slash e Duff. De acordo com informações levantadas com alguns agentes, Axl chegaria de helicóptero pouco tempo depois. Sim, a estrela máxima da companhia não costuma andar de carro na cidade. Parece que os lendários atrasos de duas ou três horas fazem parte do passado. Público agradece!

Ex-banda do Axl Rose
As participações nas edições de 2001 e 2011 deixaram a impressão de um grupo de músicos que serviam a Axl Rose. O Guns N’ Roses de 2016/17 é, de fato, uma banda. Todos têm o seu momento de brilhar durante o show. Axl mostra (o que resta de) seus dotes vocais, os guitarristas Slash e Richard Fortus dividem os solos, os tecladistas Dizzy Reed e Melissa Reese criam climas ao longo da apresentação, e a cozinha azeitada do baixista Duff McKagan e do baterista Frank Ferrer sustentam o ritmo pesado. Os sete músicos passaram as três horas e vinte minutos da apresentação sorrindo e correndo de um lado para o outro. Existe alegria por estarem tocando juntos e ela parece genuína.

A conexão com os brasileiros
O Guns N’ Roses divide com o Iron Maiden o posto de banda mais amada pelos brasileiros. A simbiose entre artista e público é tão peculiar que, ao contrário de outras noites do festival, às 4 da manhã a Cidade do Rock ainda estava lotada e interagindo com os rockstars. É impossível ficar indiferente a uma plateia que instalou-se nas primeiras filas no início da tarde e permaneceu até o fim. E com direito a balões vermelhos e lanternas durante a execução de “November Rain” (1991).

Setlist interminável
Ao contrário da igualmente exuberante apresentação de 2016 no Estádio Nilton Santos (Engenhão), no Rio de Janeiro, desta vez nada ficou de fora. A ordem das músicas em ambas as apresentações foi bem parecida, com a diferença que “Patience” desta vez apareceu no set. Todos os hits dos álbuns Appetite For Destruction (1987), Lies (1989), Use Your Illusion I & II (1991), bem como algumas faixas de Chinese Democracy (2008) dialogam bem entre si. Preciosidades como “Double Talkin’ Jive” e “Coma”, bem como covers de Pink Floyd, Wings, Bob Dylan e até mesmo Soundgarden também encontram espaço entre tantos clássicos. A lista original contava com 29 canções. Mas, sabe-se lá porque, a banda decidiu tocar “Sorry” (2008) e “Whole Lotta Rosie” (1977), clássico do AC/DC, no bis.

O fator Slash
Se Axl pode cometer alguns deslizes por conta de sua (limitada) potência vocal, Slash pode se dar o luxo de errar o solo de “Sweet Child O’ Mine” que, ainda assim, terá seu posto de guitar hero favorito da galera mantido. Ir a um show do Guns N’ Roses é saber que entre uma canção e outra podem rolar momentos de improvisação de todos os tipos. Acontece que esta noite em especial, Slash brilhou como nunca com sua Les Paul. Não é exagero dizer que parte do público foi ao show apenas para vê-lo em ação.

Havia a expectativa de uma junção de co-headliners no palco, mas infelizmente o encontro entre Guns e The Who não se concretizou. Se os autores Roger Daltrey e Pete Townshend não tocaram “The Seeker” em seu set, Axl Rose manteve a canção no seu e, de certa forma, acabou homenageando a dupla. Mas este foi apenas um porém no fim de uma apresentação vigorosa que, por tradição, encerrou-se com “Paradise City”. Dificilmente o Guns N’ Roses repetirá um show tão potente e inesquecível como o desta madrugada.

SETLIST:
It’s So Easy
Mr. Brownstone
Chinese Democracy
Welcome to the Jungle
Double Talkin’ Jive
Better
Estranged
Live and Let Die (Wings cover)
Rocket Queen
You Could Be Mine
Attitude (Misfits cover)
This I Love
Civil War
Yesterdays
Coma
Speak Softly Love (Nino Rota cover)
Sweet Child O’ Mine
Wichita Lineman (Jimmy Webb cover)
Used to Love Her
My Michelle
Wish You Were Here (Pink Floyd cover)
November Rain
Black Hole Sun (Soundgarden cover)
Knockin’ on Heaven’s Door (Bob Dylan cover)
Nightrain

BIS:
Sorry
Patience
Whole Lotta Rosie (AC/DC cover)
Don’t Cry
The Seeker (The Who cover)
Paradise City

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