Rock In Rio: não é necessário discurso quando se tem um setlist como o do Titãs ~ Curte Rock

Música e política sempre andaram juntas. Em muitas vezes ela foi oprimida por querer unir, revelar um novo, apoiar uma causa, falar de diversidade e apontar os dedos. E quando você tem um festival no Brasil acontecendo simultaneamente a uma crise na política, difícil separar o que é show e o que é tom de discurso.

Se nesta sexta-feira Elba Ramalho foi a única artista até então a verbalizar um “Fora Temer” no Palco do Rock In Rio e o Jota Quest a colocar rostos de políticos brasileiros no telão com inserções digitais de macacos enquanto tocava “Planeta dos Macacos”, neste sábado foi a vez dos Titãs com uma setlist que falou mais do que palavras de ordem.

Branco Mello, Sérgio Britto, Tony Bellotto e companhia não precisaram falar ao microfone críticas aos governantes e a corrupção. “Polícia”, “Bichos Escrotos”, “Homem Primata”, “Aluga-se”, “Desordem” e a última “Vossa Excelência” deram o recado maior e cantadas todas em uníssono pela plateia de mãos para cima. A lentinha “Epitáfio” acabou entrando também na lista de referências ao atual estado brasileiro e violência no Rio. “Quero que essa música seja uma oração pela paz no Rio de Janeiro”, pediu Sérgio Britto sendo atendido em coro alto.

Tô sem voz, minha gente! “Polícia” é aquela música que faz parte da rotina, né? @titasoficial #TitãsNoMultishow http://pic.twitter.com/A7bWLYrrEH

— Multishow (@multishow) 23 de setembro de 2017

E bota oração nisso, @titasoficial! Que música, que show, que LINDOOO <3 #TitãsNoMultishow http://pic.twitter.com/w9Vl0Mnp5d

— Multishow (@multishow) 23 de setembro de 2017

Passei mal com esse fim de show do @titasoficial… Quem mais tá morto por aí? #TitãsNoMultishow http://pic.twitter.com/QoKxFOSNkR

— Multishow (@multishow) 23 de setembro de 2017

A noite de protestos também foi de estreia para o Titãs. A banda incluiu três faixas inéditas “Me Estuprem”, mais uma letra na discografia da banda com críticas, desta vez ao machismo e culpabilização da mulher; “Doze Flores Amarelas”; e “A Festa”.

O primeiro Rock in Rio dos Titãs sem Paulo Miklos – e com Beto Lee – prova que a banda não tem sequer pretensão de diminuir o ritmo e nem poupar palavras.